Como escolher o Ácido Hialurônico
Os preenchedores dérmicos baseados em Ácido Hialurônico (AH) estão ganhando cada vez mais espaço na Odontologia, tornando-se uma valiosa ferramenta para melhorar a estética e a função oral. Esses preenchedores são considerados seguros e apresentam alta eficácia clínica, tornando-os perfeitos para procedimentos de Harmonização Orofacial.
Inicialmente, os preenchedores dérmicos baseados em Ácido Hialurônico (AH) eram utilizados principalmente para preencher rugas já estabelecidas na face. No entanto, com a crescente busca por tratamentos estéticos, suas indicações também expandiram-se para incluir restauração dos contornos faciais, volumização, hidratação e revitalização dos tecidos.
Além disso, existem várias marcas de ácido hialurônico no mercado que diferem em sua reticulação, viscosidade e concentração. Portanto, é importante ter conhecimento das características e composição dos diferentes produtos disponíveis para selecionar o melhor para cada caso.
Qual o benefício do ácido hialurônico?
O ácido hialurônico é um polissacarídeo presente na maioria dos seres vivos, que desempenha uma série de funções importantes, como hidratação, proteção contra os radicais livres, lubrificação e manutenção da estrutura celular. Ele pode ser encontrado tanto na matriz extracelular como nos espaços intracelulares.
Com o passar dos anos, a quantidade de ácido hialurônico na pele tende a diminuir, o que pode contribuir para o aparecimento de sinais de envelhecimento, como rugas e linhas de expressão. A aplicação de ácido hialurônico pode ajudar a estimular a produção natural do mesmo e a reduzir esses sinais.
Características do produto
Ao escolher um gel preenchedor, é importante considerar tanto a área do corpo onde o tratamento será realizado quanto algumas características específicas do produto. Reticulação e crosslinking são dois aspectos importantes a serem levados em conta. A reticulação se refere à capacidade do gel de reabsorver água, enquanto o crosslinking se refere à sua capacidade de se ligar ao organismo.
Géis com menor reticulação são geralmente utilizados para tratamentos superficiais, pois eles retêm menos água e causam menos inchaço após a aplicação, aderindo menos aos tecidos. Por outro lado, géis com alta reticulação tendem a causar mais inchaço e se aderir mais aos tecidos, pois retêm mais água.
Os preenchedores reticulados podem ser classificados em monofásicos ou bifásicos.
Preenchedores Monofásicos: São constituídos por uma mistura homogênea de ácido hialurônico de diferentes pesos moleculares. São fáceis de injetar e podem ser classificados como monodensificados (mistura de ácido hialurônico reticulado em uma etapa) ou polidensificados (mistura de ácido hialurônico reticulado em duas etapas). Eles são mais fáceis de moldar e modelar.
Preenchedores Bifásicos: São compostos por uma mistura heterogênea de ácido hialurônico reticulado e não reticulado. O ácido hialurônico não reticulado atua como lubrificante, permitindo sua injeção através de agulhas finas. São mais densos, expandem mais e têm maior tendência a formação de nódulos, por isso requerem maior compressão (massagem) após a aplicação.
Viscoelasticidades Complexa x G Prime
A viscoelasticidade também deve ser levada em consideração no momento da escolha do gel ideal. Ela é a capacidade presente nos géis de ácido hialurônico responsável por permitir que o preenchimento seja feito sem a formação de nódulos.
Durante a injeção, a Viscosidade Complexa se refere à maneira como o preenchedor flui a partir da agulha ou cânula, enquanto o módulo elástico (G Prime) se relaciona com a capacidade de resistir à deformação enquanto está sendo injetado. Quanto maior o G Prime de um gel, menos ele se deforma sob pressão e mais energia ele pode reter e armazenar.
Alto G: Prime são descritos como possuindo alta capacidade de elevação de tecido, sendo diretamente proporcional a sua capacidade de Lifting facial. São preenchedores mais firmes, que permanecem mais definidos no tecidos e geralmente indicados para contorno do terço médio e inferior da face, têmporas e nariz. Um gel de alta viscosidade se espalha com menos facilidade e é menos suscetível às forças de cisalhamento e tensão de escoamento do que um gel de baixa viscosidade. Estes normalmente apresentam também um maior prolongamento do seu efeito.
Baixo G Prime: indica baixa capacidade de voluminização e de Lifting facial, podem ser usados em planos mais superficiais pois são preenchedores mais suaves. São indicados para região perioral, região periorbital e rugas finas.
Durabilidade do procedimento
Outro fator importante na hora de escolher um preenchedor é o tempo de degradação (também chamado de durabilidade). Essa característica avalia quanto tempo o preenchedor irá levar para sofrer a sua degradação completa no organismo.
Obviamente existem inúmeros fatores extrínsecos (inerentes ao preenchedor) e intrínsecos (do organismo de cada um) para um procedimento ter uma certa durabilidade. Contudo, as marcas comerciais divulgam uma média de tempo em meses, de acordo com a capacidade de volumização e lifting facial.
Ainda assim, géis de textura mais suave com baixa capacidade de elevação de tecidos tendem a degradar mais rapidamente do que géis de textura mais firme. Com isso, sabendo o tempo de degradação podemos orientar o retorno do paciente e as manutenções periódicas dos procedimentos.
Sendo assim, não devemos apenas observar as regiões que irão receber o produto e a técnica aplicada, mas também as características intrínsecas dos preenchedores na hora de escolher o melhor gel para cada caso.